SÉRIE DE CLAYTON CORREIA
 
EPISÓDIO 1 
PILOTO/PILOT
 
CRIAÇÃO E ROTEIRO DE CLAYTON CORREIA
 
 
CENA 01. CIDADE DE ARKHAM. NOITE.
A imagem abre seguindo pelo mar, ao fundo vemos a silhueta da cidade. O céu encoberto, tráz um ar sombrio a cena.
Ouve-se a voz de Dick Grayson (Darren Criss)
 
DICK (OFF) - Eu já tive muitos nomes. Eu já fui o Robin. Muitos me chamavam de O Garoto Prodígio. Tempos atrás, eu já fui o homem morcego, até entender que o perigo e crueldade se espalham com muita facilidade. Hoje, nas sombras da noite, eu atendo por outro nome. Mas antes, no passado, quando eu ainda era apenas um menino, eu era conhecido como um Grayson Voador.
 
LEGENDA: CIDADE DE ARKHAM
 
ABERTURA
https://www.youtube.com/watch?v=40S5iFTkAq4
 
CENA 02. CIRCO HALY. NOITE. EXT/INT.
(Plano Sequência)
P.O.V A CAM passa pela entrada principal onde vemos movimento de pessoas, homens, mulheres e crianças alegres carregando sacos com pipocas e dirigindo-se para o picadeiro. 
CORTA PARA O PICADEIRO
Está acontecendo a apresentação do mágico. A CAM levanta, mostrando uma faixa que diz "O GRANDIOSO MÁGICO HALY".
A imagem mostra as pessoas se divertindo, dando risada e se impressionando com os truques do mágico, até entrar atrás das cortinas que leva aos bastidores do circo. A imagem para ao som de vozes, que discutem, vindo de uma porta no final de um corredor.
 
VOZ 1 - (ALTERADA) Eu já pedi mais algum tempo! 
 
VOZ 2 - (CALMA) Eu já disse que seu tempo acabou, meu caro amigo.
 
A CAM começa a seguir pelo corredor e em direção a porta de onde ouve-se a voz.
 
VOZ 1 - (ALTERADA) Amigo! Como ousa me chamar de amigo depois de tudo que o você e seu patrão fizeram?
 
CORTA PARA.
 
CENA 02. CIRCO HALY. SALA. NOITE.
Um homem caminha de um lado para o outro. Ele usa uma grande cartola listrada de branco e vermelho e um fraque nas mesmas cores. No outro lado da pequena sala, um homem negro, gordo, vestindo camisa branca esfarrapada e cabelos ensebados, está sentado em uma cadeira e mascando um chumaço do que parece ser fumo.
 
HOMEM MORENO - Nós não fizemos nada... Ainda. Você que não cumpriu com a sua parte no acordo Stefano.
 
STEFANO - Eu não cumpri a minha parte, porque o valor que vocês estão pedindo é muito alto. O circo não me rende tanto. (PASSA A MÃO NO ROSTO TENTANDO SE CONTROLAR) Volk, diga para o Zucco que eu vou pagar, só preciso de mais um tempo. A temporada de espetáculos em Arkham não foi boa. Mas estamos indo para Gotham, e lá a coisa será melhor.
 
VOLK - (LEVANTANDO-SE) Ah, por favor, Gotham está perdido. As indústrias estão deixando a cidade, assim como seus trabalhadores. Os que ficam estão sem emprego, sem dinheiro para comer, quanto mais para gastar com um circo de quinta.
 
STEFANO - (IRRITADO) Gotham está afundada no crime, graças a pessoas como Anthony Zucco!
 
Volk parte para cima de Stefano e o prensa contra a parede.
 
VOLK - Meça as suas palavras para falar do Sr. Zucco, se não quiser acabar como muitos já acabaram. (SOLTA O HOMEM E VAI ATÉ A PORTA) Você tem até amanhã para conseguir o dinheiro Stefano, e eu aconselho que consiga rápido. Afinal, não a circo sem artistas.
 
O homem abre a porta e do outro lado surge um menininho, 5 anos, branco e cabelo penteado para o lado.
 
VOLK - (SOLTA UMA RISADA FRACA) Olá garotinho. Está perdido?
 
Stefano se coloca entre Volk e o garoto.
 
STEFANO - Esse é Dick Grayson, seus pais são John e Mary, os "Grayson Voadores". Não mexa com eles Volk, são pessoas de bem. 
 
VOLK - Tenho certeza que sim.
 
Volk se afasta. Stefano o oberva.
 
PASSAGEM DE TEMPO.
 
CENA 03. CIRCO HALY. PICADEIRO. NOITE.
O público está em polvorosa com o momento da apresentação acrobata dos “Grayson Voadores". Stefano começa a falar ao microfone.
 
STEFANO - E agora com vocês, respeitável público, eles que são o maior e mais incrível casal de acrobatas de todos os tempos! Os Grayson Voadores!
 
O público vibra com a entrada do casal no picadeiro. John é um homem viril, porte atlético e Mary é magra e esbelta, com cabelos negros presos em um coque. Os dois vestem colã prateado. Os Grayson seguem para a escada que leva ao ponto mais alto do picadeiro. Eles se posicionam um ao lado do outro. Mary avista o pequeno Dick na platéia e acena para ele. Segurando em uma barra de madeira presa a cordas, os dois se lançam no ar... Direto ao chão.
A cena fecha com um baque.
 
CENA 04. VELÓRIO. EXT. DIA.
Uma garoa fina cai sobre o campo aberto do cemitério. Pessoas vestidas de preto estão em volta de dois caixões. Ninguém se aproxima do pequeno Dick que está a alguns passos à frente. Uma narração com a voz do padre começa a ser ouvida.
 
VOZ - Deus está nos testando. Nosso Deus está nos testando. Especialmente agora em momentos de desespero. Quando perguntamos ao nosso Deus por que isso tinha que acontecer. Nenhum pai deveria saber como é o horror de enterrar um filho. E nem um filho, tão pequeno, deveria conhecer o que é perder os pais. E ainda tão brilhantes, bondosos e gentis, como John e Mary Grayson eram. E o que nos sobra é o vazio, a solidão e tristeza de ver essa criança (A IMAGEM FECHA EM DICK) caminhar sozinha daqui pra frente. Logo ele estará vivendo no mundo... Um mundo cheio de mal, tentação e perigo. Precisamos orar pelos Grayson e olhar por essa criança. Esse é o nosso teste. A justiça do homem falhou com os Grayson, quando não os protegeu da avalanche de violência que assola essa cidade. Mas Deus não falhará com o pequeno Dick.
 
CORTA PARA.
 
CENA 05. ORFANATO DE ARKHANS. DIA. EXT.
Um carro estilo anos vinte, percorre uma estrada de terra em direção a uma grande construção. Ouve-se a voz de Dick:
 
DICK (OFF) - Dizem que Deus tem planos para todos nós. Eu não acredito nisso. Acho que Ele é muito ocupado para poder dar atenção a todo mundo. Pelo menos acho que foi isso que aconteceu no meu caso.
 
O carro preto para em frente aos portões do orfanato. Uma casa grande, imponente e de muros longos e altos. O pequeno Dick salta do carro seguido por Stefano. Ao fundo, uma mulher, vestindo saia e blazer cinza, bem alinhados, segue de dentro da casa em direção ao portão.
 
DICK - Por que não posso ficar com você, Stefano? Eu gosto da vida no circo.
 
STEFANO - (EMOCIONADO) Eu sei que gosta. Eu também gosto. Mas o circo partirá para Gotham e depois para outras cidades. Não é um bom lugar para uma criança viver.
 
DICK - Mas eu vivia com meus pais.
 
STEFANO - Mas os seus pais estão mortos. (Dick baixa a cabeça) Eu sinto muito, Dick.
 
A mulher abre o portão.
 
MULHER - (FORMALMENTE) Bom dia, Sr. Haly. (PARA DICK) Richard John Grayson, queira me acompanhar, por favor.
 
Meio sem jeito, Stefano dá um beijo na testa de Dick e volta para o carro. Dick observa o carro distanciando-se.
 
Agora a imagem vista de cima mostra a mulher pegando a bagagem de Dick e conduzindo-o para dentro dos portões do orfanato, sua nova morada. A imagem, ainda vista de cima, segue em direção a casa, em direção a janela do segundo andar. (PASSAGEM DE TEMPO) Conforme a CAM se aproxima, a aparência da casa vai envelhecendo e é possível ver um jovem observando a chuva que começa a cair. A imagem fecha no rosto do rapaz, agora adolescente (Darren Criss).
 
CORTA PARA.
 
CENA 06. ORFANATO. QUARTO. DIA. INT.
O quarto amplo e com mobília simples, acomoda cerca de dez camas igualmente arrumadas. A mulher, da cena anterior, entra no quarto. Ela está vestida com um terno preto e saia creme e tem as expressões mais marcadas pelo tempo que se passou.
 
MULHER - (FORMALMENTE) Richard John Grayson. (Dick encara a mulher) Está na hora de ir.
 
Os dois encaram-se por alguns segundos, então Dick abre um sorriso, e a mulher faz o mesmo.
 
MULHER - (SOLTANDO UM SUSPIRO) Por favor, não me faça rir quando o que eu quero na realidade é chorar.
 
Dick se aproxima.
 
DICK - Chorar? Por que irmã Clarice? Se você mesma disse que ser adotado nessa altura da minha vida, era o melhor que poderia me acontecer e que eu deveria estar feliz por isso.
 
IRMÃ CLARICE - E deveria mesmo. Mas ainda assim vou sentir sua falta, Dick.
 
Uma lágrima escorre pelo rosto de Irmã Clarice.
 
DICK - (limpando a lágrima) Obrigado.
 
IRMÃ CLARICE - Ah, por quê? Eu não fiz nada.
 
DICK - Claro que fez. Tornou as coisas mais fáceis durante esses anos. No enterro dos meus pais, me disseram que Deus não me abandonaria, apesar de achar que ele já tinha me abandonado. E, sabe? Eu estava errado.
 
Irmã Clarice dá um abraço maternal em Dick.
 
IRMÃ CLARICE - Venha me visitar, hein.
 
DICK - (TOM DE BRINCADEIRA) Vou pensar no seu caso. Afinal de contas, fui adotado por Bruce Wayne. Agora sou um membro da alta sociedade.
 
Os dois riem. Um segurando a mão do outro.
 
CORTA PARA.
 
CENA 07. ESTRADA. CARRO. INT. DIA.
O carro Chevrolet, modelo anos 30, preto, corta a longa estrada de terra que liga o orfanato ao centro da cidade. CORTA PARA DENTRO DO CARRO.
Dick está sentado no banco de trás, enquanto um homem, (John Stamos), vestido de termo e gravata pretos, dirige o carro a toda velocidade.
 
DICK - (TENTANDO PUXAR CONVERSA) É um belo carro. (O HOMEM NÃO RESPONDE) Um pouco velho para... Você sabe... Um homem com tanto dinheiro como o Sr. Wayne. Ou devo chama-lo de papai? (O HOMEM LANÇA UM OLHAR DE REPROVAÇÃO PELO RETROVISOR CENTRAL) Ok, ok. Talvez Bruce. Bom eu vou continuar chamando-o de Sr. Wayne, pelo menos por enquanto. Você não é ele, né?
 
Dick olha pela janela, afim de fugir do constrangimento. Os olhos fixam na paisagem do lado de fora. Um prédio de quatro andares e muito extenso, ergue-se imponente em meio a árvores e chama a atenção de Dick.
 
DICK - (COMO SE FALASSE COM SI MESMO) O que é esse lugar?
 
HOMEM - Esse é o hospital psiquiátrico da cidade de Arkham.
 
DICK - Hospital psiquiátrico?
 
HOMEM - Neste local estão internados os criminosos mais insanos de Gotham. Digamos que esse local é o significado mais próximo do que podemos chamar de inferno. (Dick permanece observando o hospital) A propósito, não sou o Sr. Wayne. Meu nome é Dubley Harrison.
 
O carro se distância pela estrada.
 
CORTA PARA.
 
CENA 08. HOSPITAL PSIQUIATRICO. CORREDOR/RECEPÇÃO. DIA. INT.
A imagem fecha e acompanha os quadris de uma enfermeira que caminha sensualmente pelo corredor. A imagem fecha no crachá onde lê-se: HARLEEN QUINZEL. Ela (Dianna Agron) debruça-se na recepção, onde uma mulher negra e gorda, vestindo um avental verde, está ao computador.
 
RECEPCIONISTA - Já começou a sua ronda hoje, enfermeira Quinzel? 
 
HARLEEN - E você já começou a dieta, RE-CE-P-CIO-NIS-TA?
 
RECEPCIONISTA - Olha aqui, sua piranha, o seu trabalho está todo atrasado e eu tenho que ficar dando explicações furadas para o Dr. Lanch, do porque os seus pacientes não estão sendo tratados como deveriam. E tira esse batom vermelho que você não está no bordel de onde veio.
 
HARLEEN - Deixa que com o Dr. Lanch eu me entendo.
 
Uma voz masculina surge atrás de Harleen.
 
VOZ - (TOM DE REPROVAÇÃO) Sério?
 
Harleen vira-se assustada.
 
RECEPCIONISTA - Dr. Lanch. (CANTAROLANDO) Essa eu quero ver.
 
DR. LANCH - Já para a minha sala enfermeira Quinzel.
 
Harleen segue o médico pelo corredor.
 
RECEPCIONISTA - (CANTANDO E DANÇANDO) Quem foi que se ferrou? Quem foi? Quem foi? Não eu!
 
CORTA PARA.
 
CENA 09. HOSPITAL PSIQUIÁTRICO. SALA DO DR. LANCH. DIA.
Dr. Lanch entra em sua sala seguido por Harleen. O ambiente é decorado luxuosamente, sofás aconchegantes, nas paredes, pinturas e diplomas emoldurados. Uma grande mesa em mógno está centralizada, próximo a última parede da sala.
 
HARLEEN - Olha, não sei o que aquela gorda está falando...
 
DR. LANCH - (INTERROMPENDO) Sabe enfermeira Quinzel, eu tenho tentado fazer vistas grossas para sua postura descomprometida. Eu realmente estou. Mas a senhorita tem sido uma garota muito, muito má. (COMEÇA RETIRAR O SINTO DA CALÇA/MALICIOSO) E está precisando de um corretivo. Daqueles que só eu sei dar.
 
Lanch se aproxima batendo o cinto contra a mão.
 
HARLEEN - (MALICIOSAMENTE) Ai, Howard, não fala assim.
 
Howard Lanch agarra Harleen pela cintura.
 
DR.LANCH - Pra você, eu sou Dr. Lanch.
 
Os dois se beijam ardentemente. Howard vira Harley de costa para ele e a pressiona contra a mesa. Harleen tem uma expressão de excitação no rosto.
 
HARLEEN - Então me castiga, doutor, me castiga!
 
DR. LANCH - Ah, eu vou mesmo!
 
A imagem fecha na mão de Howard, que empunha o cinto, no momento que a mesma desce com toda a força. O barulho da cintada ecoa pela sala.
CORTA PARA MOMENTOS DEPOIS.
Harleen termina de colocar a camisa branca do uniforme e ajeitar o cabelo. Seu batom está borrado. Howard se aproxima e lhe entrega um prontuário.
 
HARLEEN - O que é isso?
 
DR. LANCH - É uma missão especial.
 
HARLEEN - (LENDO O PRONTUÁRIO) Quem é esse Joseph Kerr?
 
DR. LANCH - Um paciente muito especial.
 
HARLEEN - Só isso? Um paciente muito especial.
 
DR. LANCH - É só o que você precisa saber.
 
HARLEEN - (DESCONTROLANDO-SE/TOM) Que droga Howard! Eu sempre te ajudo nas suas falcatruas. Será que eu não mereço que você seja mais claro comigo?!
 
Howard encara Harleen por um instante e então desfere um violento tapa no rosto da enfermeira que cai sobre o sofá. Ele se aproxima de Harleen.
 
DR. LANCH - Não, não merece. E meu nome é Dr. Lanch, pra você.
 
Lanch sai da sala. Harleen levanta-se com dificuldade, arrumando a roupa. As lágrimas rolam pelo rosto, mas ela finge que nada está acontecendo. Caminha até o espelho perto da porta e se encara por um instante. O rímel está escorrendo juntos com as lágrimas e o batom borrado. (MENÇÃO A MAQUIAGEM USADA PELA PERSONAGEM ARLEQUINA, QUE ELA SE TRANSFORMARÁ NO FUTURO.)
 
CORTA PARA.
 
FIM DO ATO I
 
ATO II
 
CENA 10. CIDADE DE ARKHAM. RUA QUALQUER. DIA.
O carro segue pelas ruas da cidade de Arkham. Ruas sujas, cheias de mendigos e pedintes. Dick observa tudo com espanto.
CORTA PARA DENTRO DO CARRO.
 
DICK - Não me lembrava de Arkham dessa maneira.
 
DUBLEY - Você ficou quase 15 anos longe da cidade e muita coisa pode acontecer nesse tempo.
 
DICK - É, e parece que aconteceu.
 
CENA 11. APARTAMENTO DE DICK. SALA. DIA.
A porta do apartamento se abre e Dubley indica, com a mão, para que Dick adentre. A sala é pequena, com apenas um sofá puído, uma pequena televisão coberta de poeira e cortinas fechadas, o que torna o ambiente escuro.
 
DICK - Você precisa pegar alguma coisa? (DUBLEY OLHA PARA DICK SEM ENTENDER) É por isso que paramos na sua casa? Que por sinal precisa de uma boa faxina. (PASSA O DEDO SOBRE A TV) Não que isso seja problema meu, é que isso pode te causar um problema res...
 
DUBLEY - Eu moro em Gotham. Aqui será a sua casa nos próximos meses.
 
Dick se joga no sofá e a poeira sobe.
 
DICK - Ah, tudo bem! E quando a moça da limpeza chega? (DUBLEY PERMANECE QUIETO) Tudo bem, sem moça da limpeza. Sem chance para uma cozinheira também, não é?
 
DUBLEY - A dispensa está cheia. (DICK CORRE E ABRE O ARMÁRIO DA COZINHA) Não procure por alimentos calóricos.
 
Dick pega uma caixa da dispensa e vira-se para Dubley.
 
DICK - Proteína em pó? Sério? Cadê os biscoitos e os enlatados? Eu não sei cozinhar.
 
DUBLEY - A necessidade nos faz aprender novas habilidades.
 
DICK - (FRUSTRADO) Ah, fala sério! Bruce Wayne é o dos caras mais ricos do país e eu não tenho direito a um biscoito ou a uma cozinheira? Onde está o amor paterno desse cara?
 
DUBLEY - Dick, isso aqui não é uma colônia de férias. Você não saiu do orfanato para se tornar um homem rico.
 
DICK - E pra que eu sai então?
 
DUBLEY - Para se tornar apenas um homem.
 
DICK - O que quer dizer?
 
DUBLEY - Isso, você terá que descobrir. (DIRIGINDO-SE A PORTA) Esteja pronto no fim de tarde, hoje mesmo vai começar o seu treinamento. E não se atrase, Nakamura odeia ficar esperando.
 
A porta bate atrás de Dubley.
 
DICK - (FRUSTRADO) Ótimo! Isso é ótimo!
 
Dick se joga no sofá, levantando poeira novamente, fazendo Dick tossir. CORTA PARA O QUARTO. Dick abre sua mala em cima da cama e tira alguns porta-retratos. Neles, se vê fotos e recortes de jornais dos pais de Dick, que encara tudo emocionado.
 
CORTA PARA.
 
CENA 12. GALPÃO. INT. NOITE.
A grande porta de correr se abre, e Dick e Dubley entram no galpão que guarda máquinas de demolição e carcaças de carro. Dick carrega um gibi em uma das mãos.
 
DICK - (OBSERVANDO O LOCAL/IRÔNICO) Uau! Isso tá ficando cada vez melhor.
 
DUBLEY - Qual é a do gibi?
 
DICK - Eu gosto das histórias. Acho que era uma maneira fugir da realidade do orfanato.
 
Dubley pela o gibi.
 
DUBLEY - Romance alienígena? Totalmente fora da realidade.
 
DICK - Cadê o "tiozinho"? Não disse que ele odiava atrasos? 
 
Dick para de caminhar ao ver uma mulher se alongando. SLOW MOTION mostra a bela mulher vestida em um colã preto, com o longo cabelo liso e escuro, preso em um rabo de cavalo. Ela vira-se, revelando uma mulher com traços orientais (Maggie Q).
 
DICK - Quem é?
 
DUBLEY - Eu não disse que Nakamura era um tiozinho.
 
Nakamura se aproxima.
 
NAKAMURA - Bem no horário. (OLHA DE CIMA A BAIXO) Então você é Dick Grayson?
 
DICK - (CONVENCIDO/PARA DUBLEY) Olha, ela já sabe o meu nome? Não é uma graça? (ESTICA O BRAÇO PARA PEGAR NA MÃO DE NAKAMURA) Mas tem coisas que você ainda não sabe sobre mim e...
 
Em um movimento rápido, Nakamura torce o braço de Dick, jogando-o ao chão e o imobilizando.
 
NAKAMURA - E tem coisas que você também não sabe sobre mim. A primeira dela é: Nunca tente tocar em mim.
 
Dick geme de dor. Dubley ri da situação.
 
CORTA PARA.
 
CENA 13. HOSPITAL PSIQUIATRICO. SETOR DE SEGURANÇA MÁXIMA. NOITE.
Harleen entra por um corredor de paredes e chão cinza, carregando uma pasta embaixo do braço e uma bandeja de metal com medicamentos. Ela é acompanhada por um policial. Um homem grande de porte físico robusto e ligeiramente calvo.
 
POLICIAL - Então Harleen, como vai à faculdade de psiquiatria?
 
HARLEEN - Está bem. Cara como sempre.
 
POLICIAL - Eu já disse que se precisar de ajuda...
 
HARLEEN - (TOM DE REPROVAÇÃO) Lyle Bolton, o que você ganha aqui no Arkham mal dá para pagar um cursinho preparatório.
 
LYLE BOLTON - Não diga isso.
 
HARLEEN - Estou mentindo?
 
LYLE BOLTON - Sabe que eu dou um jeito, se precisar, consigo até um milhão de dólares pra você.
 
HARLEEN - Então dê um jeito de sumir daqui, pois o How... Dr. Lanch deixou claro que é apenas para que eu tenha contato com o prisioneiro.
 
LYLE BOLTON - O que esse Joseph Kerr tem de tão especial?
 
HARLEEN - Não sei e não te interessa. (IRONIZANDO) Agora sai, sai Lyle, e vai buscar o meu 1 milhão!
 
LYLE BOLTON - Deixei uma cadeira lá pra você.
 
Harleen, sem responder, segue pelo corredor e Lyle a observa com uma expressão triste.
CORTA PARA A CELA.
Harleen para em frente a uma cela, ela puxa uma cadeira posicionada do lado da grade, colocando-a em frente. Um homem está deitado na cama dentro da cela, mas uma sombra não permite que se veja seu rosto.
 
HARLEEN - Sr. Kerr, boa noite, meu nome é Harleen Quinzel, sou psiquiatra do hospital de Arkham. Sou eu quem vai acompanhar o seu tratamento.
 
Faz-se um instante de silêncio.
 
JOSEPH - O que lhe faz pensar que eu não sei quem você é, srta. Quinzel? Uma estudante de psiquiatria deveria saber que um sociopata como eu, estuda a tudo e a todos.
 
HARLEEN - É, eu sou uma estudante ainda. Muito esperto.
 
JOSEPH - Esperto? Não. Eu sou magnífico!
 
HARLEEN - Para alguém magnífico, você não está em um lugar muito bom.
 
JOSEPH - Acredite, srta. Quinzel, eu estou exatamente onde quero estar.
 
HARLEEN - (DEBOCHANDO) É, mas, eu não estou.
 
Joseph solta uma gargalhada quase estérica.
 
JOSEPH - Ai, ai, srta. Quinzel, você engraçada! Senso de humor é a qualidade que mais admiro em uma mulher.
 
HARLEEN - Pelo menos alguém admira alguma coisa em mim. 
 
Harleen passa a bandeja com medicação pela grade. Vemos a bandeja sendo puxada para dentro da cela.
 
JOSEPH - Tenho certeza que você tem outras qualidades...
 
HARLEEN - Harleen, meu nome é Harleen.
 
JOSEPH - Harleen. E não deixe que ninguém diga o contrário. Ninguém.
 
Harleen permanece pensativa. A bandeja é colocada de volta através da grade.
 
JOSEPH - Mas não adianta ter qualidades e não usá-las.
 
Ainda, pensativa, Harleen pega a bandeja.
 
HARLEEN - Boa noite, Joseph.
 
Harleen caminha de volta pelo corredor.
 
JOSEPH - (TOM) Confira se eu tomei a medicação Harleen. Não é prudente confiar em um maluco como eu.
 
Joseph solta uma gargalha. Harleen levanta o copo e na lamina de papel que cobre a bandeja, letras picotadas compõe uma frase.
"VAMOS JOGAR CARTAS NO PRÓXIMO ENCONTRO"
Harleen, pensativa, volta o olhar apara a cela de Joseph.
 
CORTA PARA.
 
CENA 14. RUA QUALQUER/CARRO. NOITE.
A imagem vista de cima mostra uma movimenta avenida no centro de Arkham. Pessoas caminham pela calçada e trânsito. Está frio e fumaça sai pelas tampas dos boeiros. Ouvimos a voz de Dubley.
 
DUBLEY - (OFF) Você foi muito bem no seu primeiro dia de treinamento. Como está se sentindo?
 
CORTA PARA DENTRO DO CARRO.
 
Dick está "jogado" com as pernas para o alto e braços abertos, visivelmente, esgotado e dolorido, no banco de trás do carro.
 
DICK - O que vai além de morto?
 
DUBLEY - Receio que não haja uma palavra que descreva isso.
 
Dick senta-se com dificuldade
 
DICK - Aquela mulher... Ela é perigosa! Ela pode enfrentar seis homens com uma das mãos amarradas e vencer facilmente!
 
DUBLEY - Acredito que ela já tenha enfrentado.
 
Dick, confuso, encara Dubley.
 
DICK - Por que eu preciso de treinamento em luta? O que vocês querem? Um "garoto mortal"?
 
DUBLEY - Arkham é uma cidade mortal.
 
DICK - Olha, eu sei que muita coisa mudou durante o tempo que eu fiquei no orfanato, mas, eu acho que vocês estão dando muito crédito a Arkham. Quero dizer, aqui não é Gotham e...
 
CORTA PARA A RUA.
 
Nesse momento uma grande explosão, em um prédio, há alguns metros à frente, ecoa pela avenida. Pessoas correm pela rua e o trânsito para. CORTA PARA DENTRO DO CARRO. Dick está atônito.
 
DICK - Meu Deus! Ali era o...
 
DUBLEY - (EXPRESSÃO CERRADA) O maior banco da cidade.
 
CORTA PARA A RUA.
 
A imagem segue até o buraco feito na parede, onde homens armados e encapuzados saem carregando malotes com dinheiro. Um homem grande, vestindo camiseta regata, calça preta, e uma máscara de couro, com tiras de metal na boca (imitando dentes espaçados) sai por último. 
 
HOMEM - (PARA TODOS OUVIREM) Ah! Eu adoro grandes entradas, mas, principalmente as grandes saídas! 
 
Viaturas de polícia chegam ao local. Policiais se protegem atrás dos carros.
 
POLICIAL - Mãos para cima! Seus planos deram errados dessa vez, Carcereiro!
 
CARCEREIRO - (RINDO/SARCÁSTICO) A polícia de Arkham foi rápida dessa vez. Sabe, eu odeio quando as coisas dão erradas. Não tinha uma outra explosão programada para esse momento?
 
Nesse momento, uma explosão acontece, bem ao lado do carro de Dubley. O carro é arrastado para o lado se chocando com outro.
 
CARCEREIRO - Ai está!
 
No meio da confusão, o Carcereiro aproveita para fugir em um furgão, estacionado na rua lateral do banco. Alguns carros de polícia saem em perseguição.
 
CORTA PARA DENTRO DO CARRO.
 
Dubley olha pelo retrovisor central. Um caminhão se aproxima em alta velocidade, batendo e arrastando tudo o que vê pela frente.
 
CORTA PARA DENTRO DO CAMINHÃO.
 
Um homem, morto, com a garganta cortada, está no banco do motorista. Seus pés amarrados ao pedal do acelerador de uma forma que o caminhão está cada vez mais rápido.
 
CORTA PARA DENTRO DO CARRO.
 
DUBLEY - Dick sai do carro. Agora!
 
Os dois saem do carro. Dubley corre para o acostamento do outro lado da rua. Dick está seguindo-o quando ele percebe algo. Uma mãe tenta desesperadamente, tirar seu filho da cadeirinha, que está presa ao banco de trás de um carro.
 
DICK - Dubley, o garotinho!
 
DUBLEY - Dick, isso não é importante! Vem pra cá agora!
 
Dick encara Dubley, incrédulo, com o que acabou de ouvir. Sem pensar ele volta até o carro. Ele ajuda a mulher a puxar o bebê para fora da cadeirinha poucos instantes antes do caminhão arrastar o carro da mulher e bater contra um poste. 
 
DICK - (PARA A MULHER) Você está bem?
 
A mulher responde com um gesto e permanece agarrada ao filho. Dick levanta e observa o caos que a avenida se tornou. A CAM dá um giro em torno de Dick que não encontra Dubley na multidão.
 
CORTA PARA.
 
CENA 15. RUA DO PRÉDIO DE DICK. NOITE. EXT.
Dubley está sentado no meio fio rabiscando alguma coisa com um graveto. Dick dobra a esquina e caminha, impetuoso em direção a Dubley, que levanta-se ao ver a aproximação do rapaz.
 
DUBLEY - (LEVANTANDO) O que houve? Eu te perdi no meio da multidão...
 
Dick desfere um soco no rosto de Dubley, que vai ao chão.
 
DUBLEY - Você está louco?! Por que fez isso?
 
DICK - (NERVOSO) "Isso não é importante"? Como pôde dizer uma coisa dessas? Era uma criança dentro daquele carro!
 
DUBLEY - Sua vida, naquele momento, era mais importante. Você pode não entender agora, mas vai entender mais adiante.
 
DICK - Não, minha vida não é mais importante que a de ninguém. E nunca, nunca mais diga algo do tipo.
 
Dick se dirige a entrada do prédio e Dubley o segue.
 
DICK - (VIRANDO-SE PARA DUBLEY) Não!
 
CORTA PARA.
 
CENA 16. APARTAMENTO DE DICK. SALA/QUARTO. NOITE.
A porta está entreaberta e a sala está revirada. Dick entra e se espanta com a sala toda destruída. Ele mexe em algumas coisas no ambiente, para, pensativo.
 
DICK - Droga!
 
Ele dirige-se ao quarto.
 
CORTA PARA O QUARTO. O ambiente está igualmente revirado. Dick vai até os porta-retratos, quebrados e jogados no chão. Dubley entra no quarto.
 
DICK - (CHORANDO) Por que alguém faria uma coisa dessas? 
 
DUBLEY - Precisamos ir embora de Arkham.
 
FIM DO ATO II
 
ATO III
 
CENA 16 (CONTINUAÇÃO)
CORTA PARA A SALA. MOMENTOS DEPOIS.
Nakamura está parada perto da porta de entrada, Dick sentado no sofá, enquanto Dubley caminha de um lado ao outro.
 
NAKAMURA - Você pode parar de caminhar de um lado para o outro? Vai fazer um buraco no chão.
 
DUBLEY – Você... Engraçada? Sério?
 
NAKAMURA - Como descobriram tão rápido que ele tinha saído do orfanato?
 
DUBLEY - Devemos estar sendo vigiados. Não podíamos esperar menos do Brown.
 
NAKAMURA - Podemos levá-lo de volta ao orfanato. Sabe que ninguém irá atrás dele lá.
 
DICK - (ESPANTADO) No orfanato?
 
Ninguém da atenção.
 
DUBLEY - Não. Acho que devemos antecipar nossa ida para Gotham.
 
DICK - (LEVANTANDO-SE) Ei! Será que podem parar de falar como se eu não estivesse aqui? Eu não vou pra lugar nenhum. Não vou pra Gotham e nem embora de Arkham! Se alguém está tentando me assustar é por que tem medo que eu descubra alguma coisa sobre a morte dos meus pais. E isso quer dizer que, eu posso descobrir quem mandou matá-los.
 
DUBLEY - Brown, o nome dele é John Brown. (DICK LEVANTA-SE E OLHA SURPRESO PARA DUBLEY) É, eu sei quem mandou matar os seus pais, mas, isso não quer dizer que possa chegar perto dele. (DUBLEY SE APROXIMA) Olha, eu vou até Gotham, conversar com o Sr. Wayne. Você tem que me prometer que não vai sair daqui até eu voltar.
 
NAKAMURA - Eu posso montar guarda na entrada do prédio.
 
DUBLEY - Me prometa, Dick.
 
Dick apenas confirma com a cabeça.
 
CORTA PARA.
 
CENA 17. BROWN CORP. SALA DA PRESIDÊNCIA. DIA. INT.
A CAM segue pelo piso encerado. Botas surradas caminham pelo piso enquanto a imagem se levanta mostrando uma grande mesa no fim da sala. O ambiente é chique, com grandes cortinas de veludo, sofás brancos em couro, uma grande mesa de mogno, onde um homem de barba grisalha e vestindo terno prata, se encontra. Dois guarda-costas estão parados, um de cada lado da mesa. O homem que se aproxima da mesa é Lyle Bolton, segurança do hospital de Arkham.
 
HOMEM - Lyle Bolton, quanto tempo! O que o trás aqui, meu caro? Como vão os loucos do hospital de Arkham?
 
LYLE BOLTON - Como vai John? O hospital vai bem, apesar, de faltar alguns loucos para preencher os quartos que ainda estão vazios.
 
JOHN BROWN - (AMEAÇADOR) Veja como fala, Bolton.
 
LYLE BOLTON - Então não se faça de engraçado. Você sabe muito bem o que eu faço aqui. Fiz o que me pediu. Essa hora o garoto Grayson deve estar fugindo de Arkham com o "rabinho" entre as pernas.
 
JOHN BROWN - Isso é uma ótima notícia. Tudo o que eu não preciso na minha cidade, é o pessoal do Bruce Wayne espionando meus negócios. Wayne já está em débito comigo por ter impedido a entrada dos meus negócios em Gotham.
 
LYLE BOLTON - Ok. Eu só quero o meu dinheiro, ok?
 
JOHN BROWN - Você terá o seu dinheiro como o combinado. 
 
Lyle caminha em direção a porta de saída.
 
JOHN BROWN - Diga-me Bolton. (LYLE BOLTON PARA ANTES DE SAIR) Por que faz tanta questão da merreca que vou te pagar, quando se tem os milhões do banco de Arkham nas mãos?
 
Lyle sai pela porta sem responder a pergunta.
 
CORTA PARA.
 
CENA 18. BIBLIOTECA. DIA. EXT/INT.
A imagem mostra a fachada de um prédio de tijolos vermelhos. Uma grande placa lê-se:
"BIBLIOTECA MUNICIPAL"
 
CORTA PARA DENTRO DA BLIOTECA. A CAM desliza pelo ambiente onde, dezenas de mesas estão dispostas em fileiras. Ao fundo grandes armários com milhares de livros. Algumas pessoas caminham por ali, outras estão sentadas em frente a computadores. Dick está em uma das mesas olhando atentamente para a tela de um computador.
 
DICK - (FALANDO SOZINHO/RIDICULARIZANDO A VOZ DE DUBLEY) "Me prometa Dick, que você vai esperar a minha volta de Gotham / Você não pode sair sozinho, é perigoso." Até parece. Vamos lá.
 
A imagem mostra a tela do computador, onde é digitado:
JOHN BROWN
...
...
...
NENHUM ARQUIVO ENCONTRADO.
 
DICK - (INTRIGADO) Como isso é possível?
 
Ele percebe que uma jovem, que está em uma mesa a poucos metros a sua frente, o está observando. Quando ele olha, ela desvia o olhar. Ela branca, cabelos vermelhos amarrados em um rabo de cavalo.
 
JOVEM - (SEM GRAÇA) Me desculpa, mas, você não é daqui, certo?
 
DICK - Não, eu não sou.
 
JOVEM – É. Eu percebi.
 
DICK - Por quê? Por que você "percebeu"?
 
JOVEM - Bom, por que Arkham não é uma metrópole como Gotham e eu sou uma garota muito curiosa. Se você fosse daqui com certeza eu saberia quem você é.
 
DICK - Você conhece todo mundo em Arkham?
 
JOVEM - Pelo menos os adolescentes, sim. (ELA RETIRA UM CARTÃO DE DENTRO DA MOCHILA QUE ESTÁ EM CIMA DA MESA E PASSA PARA DICK) Meu nome é Stephanie, sou a presidente da comissão dos jornais escolares de Arkham.
 
DICK - Existe uma comissão para os jornais escolares?
 
STEPHANIE - Pode nos acusar de sermos organizados. Bom, você vai me dizer o seu nome?
 
DICK - Meu nome é Dick.
 
STEPHANIE - Prazer Dick. Agora eu vou te deixar em paz com a sua pesquisa.
 
DICK - (JOGANDO OS BRAÇOS PARA TRÁS E ESTICANDO-SE) Tudo bem, eu não estou tendo muita sorte com minha pesquisa mesmo. É possível alguém não ter nenhum registro na internet?
 
STEPHANIE - É, se você for da família Brown.
 
Ela segue até onde Dick está. Olhando para a tela do computador por cima do ombro dele.
 
STEPHANIE - Quer ver? (ELA DIGITA: STEPHANIE BROWN) Viu? (APARECE NA TELA DO COMPUTADOR: NENHUM ARQUIVO ENCONTRADO) Digamos que meu pai é super protetor.
 
DICK - (SURPRESO) Você é filha de John Brown?
 
STEPHANIE - Isso não parece ser um ponto positivo pra você.
 
DICK - (DESCONVERSANDO) Não, é que eu ouvi que o seu pai é dono de metade da cidade e você parece ser tão... Normal.
 
STEPHANIE - Obrigado. Eu acho. Bom, se você quer alguma informação sobre o meu pai, a internet não vai te ajudar muito, mas, conhecê-lo pessoalmente, vai.
 
DICK - Como assim?
 
STEPHANIE - Meu pai vai dar uma festa esse fim de semana, para alguns acionistas chineses. Se você aparecer por lá, posso apresentá-lo a você.
 
DICK - Isso seria ótimo!
 
Stephanie começa arrumar suas coisas.
 
STEPHANIE - Então está combinado, Dick. Eu mando o convite depois.
 
Ela caminha em direção a porta.
 
DICK - Pera ai! Você nem sabe onde eu moro!
 
STEPHANIE - (SARCÁSTICA) Não se preocupe, eu sou a presidente da comissão dos jornais escolar, esqueceu? Tenho muita gente que pode descobrir isso pra mim!
 
Stephanie sai da biblioteca e Dick acha graça da situação.
 
CORTA PARA.
 
CENA 19. HOSPITAL PSIQUIÁTRICO. CELA DE JOSEPH KERR. DIA.
Harleen está sentada em um banco em frente a uma pequena mesa de plástico. Joseph está dentro da cela, onde não é possível vê-lo, apenas ouvi-lo. Eles jogam cartas.
 
JOSEPH - (COLOCANDO UMA CARTA SOBRE A MESA) Ganhei!
 
HARLEEN - (ENTEDIADA) De novo. Me desculpa Joseph, mas não consigo entender esse jogo.
 
JOSEPH - Mas eu já te expliquei, Queen. O coringa é a carta chave, a que não pode ser vencida. Quem tiver um coringa na manga sempre vencerá o jogo.
 
HARLEEN - É, você já me disse isso. E meu nome é Quinzel, Harleen Quinzel, e não Queen.
 
JOSEPH - Pra mim você é "a" Queen. Em todos os sentidos.
 
HARLEEN - (TRISTE) Só pra você.
 
JOSEPH - Sabe Harleen, há muito tempo atrás uma condessa queria ser rainha, mas, o reino onde ela vivia já tinha uma. Ela não se conformava e vivia triste por não fazer parte daquela vida de riqueza. O homem que ela amava dizia para esquecer essa história, pois ela não seria rainha mesmo, de qualquer maneira. Sabe o que ela fez? (Harleen diz que não com a cabeça) Ela matou o homem que amava. E sobre o corpo dele, construiu um castelo, bom, não ela, e sim os homens que ela seduziu. A questão é que, ela não desistiu do sonho e se tornou rainha, mesmo que do seu pequeno reino. Acho que você deveria atender pelo nome de Harley Quinn. Combina muito mais com você.
 
A imagem fecha no rosto de Harleen, como se estivesse hipnotizada pelas palavras de Joseph. 
 
JOSEPH - Vamos jogar mais uma partida?
 
CORTA PARA.
 
CENA 20. MANSÃO DE JOHN BROWN. FESTA. EXT/INT. NOITE.
Uma imagem vista de cima, da uma dimensão da festa e da mansão. Um grande campo verde coberto por árvores de copas largas, uma grande piscina onde se vê as iniciais "JB" no fundo. A casa é uma construção antiga de três andares e uma grande escadaria liga a entrada, a rua que passa em frente. Repórteres fazem a cobertura da badalada festa. CORTA PARA A ENTRADA DA FESTA. Dick salta de um táxi e ajuda Nakamura a sair. Os dois vestem roupas de gala.
 
NAKAMURA - Eu, até agora, não acredito que você me convenceu a vir a essa festa. Isso é loucura. Quando o Dubley descobrir ele vai matar nós dois!
 
DICK - (desdenhando) Ah, Nakamura, você acaba com ele de olhos fechados.
 
NAKAMURA - Dick, isso não é brincadeira. Quando John Brown descobrir que você está na festa dele, e ainda por cima, a convite da filha dele...
 
DICK - Eu sei que isso não é brincadeira, mas, sinto que posso descobrir alguma coisa sobre a morte dos meus pais. Bom, qualquer coisa. Podemos dizer que você é minha mãe.
 
NAKAMURA - O quê? Desde quando eu tenho idade para ser sua mãe, garoto? (DÁ UM TAPINHA NA CABEÇA DE DICK) Se liga!
 
Os dois caminham em direção a casa. CORTA PARA DENTRO DA CASA. O ambiente é luxuoso, com garçons por todos os lados carregando bandejas com champagne. Uma garçonete passa ao lado dos dois, Dick pega uma taça e Nakamura pega a taça da mão dele.
 
NAKAMURA - (PARA A GARÇONETE) Dezesseis anos.
 
DICK - Se você não tem idade para ser minha mãe, podia parar de agir como se fosse.
 
NAKAMURA - Bom, vou dar uma circulada.
 
A voz de Stephanie surge atrás de Dick.
 
STEPHANIE - Você veio!
 
Stephanie da um abraço em Dick.
 
DICK - (BRINCANDO) Você disse que ia me apresentar para o seu pai. Não podia perder essa oportunidade.
 
STEPHANIE - (IRÔNICA) Por que os caras sempre têm mais interesse pelo meu pai do que por mim?
 
DICK - (BRINCANDO) Eu não sei quanto aos outros, mas eu tenho uma queda por magnatas americanos.
 
CORTA PARA O JARDIM DA MANSÃO. Nakamura caminha tranquilamente, com uma taça de champagne na mão e cumprimentando um ou outro. Um segurança surge falando por um dispositivo preso ao punho.
 
SEGURANÇA - Eles estão aqui.
 
CORTA DE VOLTA PARA O SALÃO PRINCIPAL. Stephanie caminha pelos convidados, puxando Dick pela mão. Eles se aproximam de um grupo de adolescentes.
 
STEPHANIE – Ei. Pessoal! Esse é Dick Grayson. (DICK OLHA PARA STEPHANIE) O que? Acha que eu ia descobrir seu endereço para te mandar o convite e não ia descobrir seu sobrenome? (apontando para os jovens) Esses são Bobby, Mandy, Cris e Victor.
 
Victor, um jovem negro, alto e forte, vestido igualmente com roupa de gala, se aproxima.
 
VICTOR - (DANDO A MÃO) Victor Stone. Prazer.
 
DICK - O prazer é meu.
 
STEPHANIE - Victor é filho de Elionore e Silas Stone, cientistas renomados mundialmente e que estão prestando serviços à companhia do meu pai. (VICTOR OLHA PARA OS DOIS SEM DIZER UMA PALAVRA/STEPHANIE PARA DICK) Não liga pra ele, Vic é uma espécie de gênio, um gênio bem assustador ás vezes. Ele adora analisar as situações.
 
VICTOR - Na verdade eu sou apaixonado por ela. Mas ela não me da bola.
 
STEPHANIE - (brincando) Cala a boca, nerd!
 
Stephanie avista o pai, John, descendo a grande escadaria que leva ao segundo andar da casa.
 
STEPHANIE - (PEGANDO NA MÃO DE DICK) Vem, meu pai está chegando.
 
Os dois saem e Victor os observa de longe.
 
CORTA PARA O PÉ DA ESCADARIA. Stephanie se aproxima do pai. John fica surpreso ao ver Dick.
 
STEPHANIE - Pai.
 
JOHN BROWN - Minha preciosidade. (DÁ UM BEIJO NA TESTA DA FILHA) Quem é o seu amigo?
 
STEPHANIE - Seu nome é Dick. Dick Grayson.
 
JOHN BROWN - Dick Grayson? Grayson dos...
 
DICK - (INTERROMPENDO) Dos Grayson Voadores!
 
JOHN BROWN - Sinto muito pela sua perda. Apesar de achar que o circo é uma arte que deveria ter sido extinta há muito tempo.
 
DICK - Assim como a desonestidade, o “malcaratismo”, entre outras coisas.
 
Um clima, tenso, paira no ar.
 
STEPHANIE - Bom, pai, nós vamos circular por ai. (DÁ UM BEIJO EM JOHN) Tchau.
 
JOHN BROWN - Divirta-se Sr. Grayson, mas não muito.
 
Stephanie sai "arrastando" Dick pelo salão.
 
JOHN BROWN - (OBSERVANDO DICK SE AFASTAR) Chame o Carcereiro, mande ele vir limpar a bagunça que ele fez. E diga que eu não quero que esse garoto chegue até cama dele hoje.
 
CORTA PARA MOMENTOS DEPOIS. No salão principal, Stephanie e Dick dançam uma música lenta.
 
STEPHANIE - Desculpa pelo Sr. John Brown. Ás vezes é difícil pra ele ser só o meu pai.
 
DICK - Tudo bem. O seu pai trabalha com o que?
 
STEPHANIE - É difícil dizer. A Brown Corp. é uma subsidiária no ramo do petróleo, mas, minha família tem investimentos no ramo da biomedicina e na ciência espacial, dentro e fora do país.
 
DICK - Impressionante.
 
STEPHANIE - Não, quando tudo o que você queria era apenas ter um pai. Aquele que vai ás reuniões da escola, que te acorda com um beijo. Quando eu perdi minha mãe, parece que fiquei orfã dos dois de uma vez só.
 
DICK - Eu sinto muito. (OS DOIS DANÇAM EM SILÊNCIO) Foi por isso que você me convidou para a festa? Pra chamar a atenção do seu pai? Me parece que ele gostaria muito mais de te ver com um cara como o Victor Stone.
 
STEPHANIE - Eu e Victor já tivemos um lance, mas, é complicado.
 
DICK - (SE AFASTANDO) Por quê? Por que o Victor se dava muito bem com seu pai?
 
STEPHANIE - Dick, não...
 
DICK - Tudo bem, Stephanie, eu só não quero ser usado.
 
Dick caminha por entre os convidados e percebe que está sendo observado á distância pelos seguranças da festa. Nakamura surge bem na sua frente, agarrando-o pelo braço.
 
NAKAMURA - Temos que ir agora!
 
Nakamura puxa Dick para fora da festa.
 
CORTA PARA.
 
CENA 21. RUA QUALQUER. TÁXI. NOITE. EXT/INT.
O táxi corta uma avenida pouco movimentada. CORTA PARA DENTRO DO TÁXI. Dick e Nakamura estão sentados no bando de trás do táxi.
 
DICK - O que houve? Saímos de lá praticamente fugidos.
 
NAKAMURA - Estava acontecendo uma movimentação estranha, achei melhor virmos embora.
 
O táxi entra em uma rua deserta, cercada por galpões, em uma área portuária.
 
DICK - Tudo isso, porque você "achou" que estava rolando uma movimentação estranha? (NAKAMURA PERCEBE ALGO DIFERENTE NO TRAJETO) Eu poderia ter descoberto alguma coisa sobre a morte dos meus pais.
 
Nakamura observa algumas placas no fim da rua.
 
NAKAMURA - (PARA O TAXISTA) Ei! Pare o carro vamos descer. (O CARRO COMEÇA A GANHAR VELOCIDADE) Ei! Eu disse para parar o carro! (O CARRO CONTINUA GANHANDO VELOCIDADE/NAKAMURA ABRE A PEQUENA JANELA QUE DÁ ACESSO AO MOTORISTA/ ELA BALANÇA O OMBRO DO TAXISTA E A CABEÇA O HOMEM PENDE PARA TRÁS/É POSSÍVEL VER UMA ESPÉCIE DE DARDO NO PESCOÇO/ PARA DICK) A porta! Tente abrir a porta!
 
O carro, em alta velocidade, atravessa as placas de sinalização que indicam o fim da rua. O carro cai no mar e afunda.
 
A IMAGEM FECHA COM UM BAQUE.
 
FIM DO ATO III
 
ATO IV
 
CENA 22. GALPÃO. NOITE. INT.
A imagem clareia lentamente. É possível ver a silhueta de algumas pessoas e de um grande homem de preto. 
Dick abre os olhos devagar. O Carcereiro surge a sua frente. Dick está amarrado a uma cadeira. 
 
CARCEREIRO - Ah! Finalmente a "bela adormecida" acordou! Pensei que já tínhamos te perdido! (DICK O ENCARA) Não olhe para mim dessa maneira. Para um pirralho até que você é bem corajoso, ou seria idiota mesmo?
 
Os outros homens, armados, riem como bobos e se calam quando o Carcereiro olha para eles.
 
CARCEREIRO - Sabe, não achei que fosse dar tantos problemas para o Sr. Brown. Mas, azarar sua filha e na casa dele, foi demais.
 
DICK - Onde está a Nakamura?
 
CARCEREIRO - Ela está bem acompanhada no andar de baixo.
 
CORTA PARA O ANDAR DE BAIXO. A CAM segue rápido até onde Nakamura esta desacordada e amarra a uma cadeira, cercada por dinamites.
 
CORTA PARA O ANDAR DE CIMA.
 
DICK - Deixa ela em paz. Sou eu quem o Brown quer!
 
CARCEREIRO - Brown não quer ninguém ligado ao Bruce Wayne bisbilhotando a cidade dele. Então eu acho que não vai dar. Bom agora eu tenho que ir. (PARA OS CAPANGAS) E vocês, certifiquem-se de que eles estarão aqui quando essa construção vier abaixo.
 
O Carcereiro sai de cena. Um dos capangas se aproxima de Dick e ele repara em um buraco no chão de madeira do local.
 
CAPANGA 1 - (DEBOCHANDO) Sabe o que dizem sobre o circo hoje em dia? Que é uma arte morta. Combina com os seus pais.
 
Todos riem. A imagem fecha no rosto e na expressão cerrada de Dick.
 
DICK - Assim como vai combinar com você daqui alguns instantes.
 
CAPANGA 1 - O quê?
 
Dick investe contra o capanga, empurrando-o até o buraco no chão e os dois caem no andar debaixo. CORTA PARA O ANDAR DE BAIXO. Com o impacto, a cadeira se quebra e Dick livra-se. Ainda com as mãos amarradas, luta contra o capanga com habilidade, e o desarma, fazendo-o cair desmaiado. Os outros capangas correm para o andar debaixo. Dick pega a arma no chão e atira contra os dois que estão descendo a escada. Nakamura desperta, meio zonza, com o barulho.
 
Dick tem a arma nas mãos e se aproxima do capanga que ele desarmou.
 
CAPANGA 1 - Não faça isso, cara! Pode chamar a polícia e me prender. Não precisa me matar!
 
DICK - (SÉRIO) Também não precisavam matar meus pais.
 
NAKAMURA - Dick não faça isso! Não seja como eles!
 
Dick olha para Nakamura. Os olhos marejados e a arma ainda apontada para o homem que está no chão.
 
DICK - Eu não sou.
 
Dick atira no homem. Ele joga a arma no chão e corre para soltar Nakamura, que está presa a correntes.
 
DICK - Como faço para abrir isso aqui?!
 
NAKAMURA - Dick... Vai! Não há mais tempo pra mim.
 
DICK - Não... Eu vou te soltar!
 
NAKAMURA - Vai embora! (NAKAMURA OLHA PARA FRENTE/PARA ALGUÉM QUE NÃO CONSEGUIMOS VER) Tire-o daqui.
 
Dick olha para Nakamura e antes que pudesse ver com quem ela está falando, um fio de aço se envolve ao seu corpo, prendendo os seus braços e arrastando-o pela construção.
 
DICK - NÃÃÃÃÃO!
 
SLOW MOTION/P.O.V Mostra Nakamura se distanciando, ao mesmo tempo as dinamites explodindo e envolvendo-a em chamas.
 
Dick é arrastado pra fora da construção no mesmo momento em que tudo explode. 
Chove. Ele permanece içado pelo cabo de aço. Ele começa a descer devagar até tocar o chão de um beco. CORTA PARA O BECO. Dick está no chão, começa a se livrar do cabo de aço e pega um objeto na forma de morcego, preso a ponta do cabo. (O SÍMBOLO DO BATMAN). Uma voz, masculina e grave, surge, vinda da escuridão no fim do beco.
 
VOZ - Ás vezes, sacrifícios são feitos para que possamos ir adiante. Lembre-se Dick, o sofrimento fortalece o caráter.
 
DICK - (CHORANDO) Quem é você? Quem é você?!
 
A voz não responde. A imagem se distância por cima mostrando o beco onde Dick permanece de joelhos e chorando.
 
A CENA SE FUNDE COM OUTRA.
 
CENA 23. CIDADE DE ARKHAM. DIA.
PLANO PANORÂMICO mostra a cidade na manhã seguinte. Movimentação normal, buzinas de carros, sirenes de ambulância. Uma voz feminina, de uma repórter, surge na cena.
 
REPORTER - (OFF) Uma grande explosão, ontem, em um prédio abandonado na área portuária de Arkham, assustou os moradores daquela região. Segundo o polícia, três corpos foram encontrados em meio aos escombros. As autoridades ainda não sabem quem foi o responsável pelo atentado...
 
CORTA PARA. 
 
CENA 24. ÁREA PORTUÁRIA. DIA. EXT.
Dick está sentado, e enrolado em um cobertor. Ao fundo, viaturas da polícia e corpo de bombeiros, guardam o local. Dubley surge correndo em direção a Dick.
 
DUBLEY - Meu Deus, Dick! Você está bem?
 
DICK - Nakamura está morta.
 
Dubley se mostra surpreso.
 
DICK - Ela me salvou e eu não consegui fazer o mesmo.
 
DUBLEY - Dick, ás vezes está fora do nosso alcance...
 
DICK - (INTERROMPENDO) Mas isso não vai acontecer de novo. Ninguém mais, que eu amo ou se importa comigo, vai morrer. (ENCARANDO DUBLEY) Ninguém.
 
Dick caminha para longe de Dubley que, o observa se distânciar. Então pega o aparelho celular, disca e espera.
 
DUBLEY - Ele está bem. As coisas saíram do controle, tivemos uma baixa, mas nada muito importante. Mas o objetivo de tudo foi alcançado. Ele vai ficar.
 
CORTA PARA O ORFANATO. 
 
CENA 25. ORFANATO. JARDIM. DIA.
A CAM segue pelo jardim, em direção a uma mulher. Ela está de vestido preto justo e o cabelo preso em um coque.
 
MULHER - Baixas sempre serão necessárias nesse processo. Ainda existe um longo caminho para que Richard John Grayson se transforme em quem ele precisa ser.
 
A mulher vira-se para a CAM, e se revela a irmã Clarice.
 
CORTA PARA.
 
CENA 26. ÁREA PORTUÁRIA. DIA.
Dick caminha encarando a CAM. Ao fudo é possível ver Dubley, e a movimentação dos policiais e bombeiros. A voz de Clarice surge.
 
CLARICE - (OFF) Nós estamos criando um herói.
 
A sonoplastia toma conta da cena.
 
A IMAGEM FECHA COM UM BAQUE.
 
 
CRIADO POR 
CLAYTON CORREIA RIBEIRO
 
INSPIRADO NO PERSONAGEM DE
BOB KANE & BILL FINGER
 
ELENCO
DARREN CRISS como DICK GRAYSON (ROBIN)
BRIE LARSON como STEPHANIE BROWN
DIANNA AGRON como HARLEY QUINN (ARLEQUINA)
JOHN STAMOS como DUBLEY HARRISON
JACOB ARTIST como VICTOR STONE
 
COM
KELLY ROWAN como CLARICE JONES
MAGGIE Q como NAKAMURA
 
ELENCO RECORRENTE
DANIEL CUDMORE como LYLE BOLTON (CARCEREIRO)
VINNIE JONES como JOHN BROWN
 
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
ERICK SORBO como DR. LANCH
ADAM BRODY como JOSEPH KERR (CORINGA) (VOZ)
 
E AINDA
WILL ARNETT como A VOZ DE BATMAN
 
EPISÓDIO QUINZENAL
 
PRODUÇÃO:
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